Instituto de Ciência, Tecnologia de Inovação Sustentável Global
Guia de Melhores Práticas
O Guia de Melhores Práticas do ICT Sustentável Global tem como finalidade contribuir para o fomento de ações direcionadas à geração, coparticipação, divulgação e aplicação de conhecimento que resulte em soluções sustentáveis e inovadoras para problemas com impacto político, social, econômico, ambiental e cultural.
O ICT Sustentável Global reconhece que, para o processo de inovação e criação de valor, a transferência de conhecimento e a cooperação entre os stakeholders – Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs), instituições de ensino e pesquisa, setor privado, terceiro setor, governo, profissionais liberais e organizações da sociedade civil – enquadram-se como fontes primordiais para a formação de parcerias, cujo relacionamento é mutuamente benéfico pela interação entre o conhecimento científico e o conhecimento de mercado, com apropriação de laboratórios, pesquisadores, recursos para investimentos, capacidade de implantação de soluções práticas que, por intermédio de pesquisas inovadoras levarão à geração de diferenciais competitivos que contribuirão para a ampliação do conhecimento e desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços.
Para o ICT Sustentável Global a complexidade e abstração presentes na pesquisa tecnológica podem sempre ser superadas pela efetividade das parcerias, onde a diversidade de objetivos, interesses e expectativas, assim como normas culturais, barreiras regulatórias e políticas governamentais poderão ser alinhados e ajustados com o estabelecimento de condições contratuais adequadas e pelo fluxo constante de informações entre as partes.
Nesta perspectiva, o ICT Sustentável Global reconhece que os passos a seguir contribuem para o desenvolvimento de parcerias produtivas:
Todas as partes envolvidas devem estabelecer e compartilhar seus objetivos, interesses e expectativas de forma clara, objetiva e detalhada;
As ferramentas de aplicação da propriedade intelectual e inteligência tecnológica devem ser utilizadas na seleção de parceiros, mapeamento de competências e definição de desafios tecnológicos;
Criteriosa identificação e avaliação dos possíveis riscos devem ser aplicadas no âmbito da tecnologia, da sustentabilidade e do investimento a ser realizado;
Superação de diversidades eventualmente existentes entre as partes desde o início da parceria, permitindo que a colaboração seja positiva e de longo prazo;
O estabelecimento das lideranças com base no conhecimento e atuação sobre o maior número de setores/segmentos/áreas envolvidos, é essencial para estimular a interação e comunicação entre as partes;
A procura, análise e emprego de incentivos fiscais à inovação, fontes externas de financiamento e oportunidades de fomento permitidas pelo Código Nacional de Ciência, Tecnologia & Inovação (Decreto Nº 9.283/2018) devem ser consideradas e contribuem para a efetividade das parcerias.
No intuito de alinhar o entendimento dos passos sugeridos, apresentamos seguinte detalhamento:
Objetivos, Interesses e Expectativas
Cada parte envolvida precisa saber o que efetivamente deseja e apresentá-lo de forma clara e objetiva, para compreensão dos demais parceiros. Isso requer preparação e planejamento para definir o que busca com a colaboração e como desempenhará seu papel, considerando o propósito coletivo
O tratamento de questões sobre propriedade intelectual, titularidade, exploração comercial e transferência de tecnologia deve ser aberto, facilitando a compreensão de todo o seu conteúdo, propiciando maior agilidade em eventuais negociações.
Consultoria, Prestação de Serviços, Licenciamentos, Comercialização de Produtos e Acordos de Parceria para PD&I são exemplos de modelos de negócios que devem ser estabelecidos e ser do conhecimento de todos.
Todos os envolvidos precisam ter o mesmo entendimento sobre o objetivo final, o que torna necessário que cada um auxilie os demais na percepção do potencial de uma tecnologia com baixo grau de maturidade e suas vantagens ao assumir o risco tecnológico inerente.
Indentificação e Escolha de Partes Interessadas
A identificação e seleção adequada das instituições que irão compor a parceria inclui o entendimento dos objetivos de cada uma e também as pessoas que as representarão, pois serão elas que atuarão na interação. Isso implica estabelecimento de confiança, adequado mapeamento de competências e alinhamento da motivação em relação ao desafio/oportunidade apresentado.
Oportunidades de negócios podem ser identificadas a partir da avaliação de documentos de patentes, pois indicam a inteligência tecnológica de um possível parceiro e devem servir de subsídio para o processo de seleção.
Entre os fatores de identificação inclui-se a correspondência mais adequada entre as competências e soluções tecnológicas com necessidades de desenvolvimento de novos negócios
A seleção de parceiros com capital intelectual qualificado, capazes de gerar relacionamentos com base na confiança e respeito mútuo, aumenta a possibilidade de constituição de uma parceria de longo prazo.
Identificação e Avaliação de Riscos
Todas as partes envolvidas devem identificar e avaliar os riscos a serem assumidos em relação ao investimento a ser realizado, considerando que o baixo grau de maturidade de uma inovação torna elevado o risco no investimento e o correspondente retorno financeiro no curto prazo.
A avaliação de riscos deve optar entre a constituição de parceria ou o desenvolvimento interno, considerando critérios que envolvem, entre outros: sigilo, riscos à propriedade intelectual, capacidade técnica (ausente ou efetiva), infraestrutura adequada, custos envolvidos, foco do negócio e risco tecnológico.
Superação de Diversidades
Diferenças entre as partes existem, mas não serão barreiras à colaboração se tratadas e ajustadas desde o início da parceria. A urgência pela mudança e quebra de paradigmas, muitas vezes se contrapõem ao viés acadêmico, mas todos devem conviver em harmonia, de forma que possam ser obtidos avanços na ciência e na inovação tecnológica.
Flexibilidade e aceitação são características essenciais para o desenvolvimento da mentalidade estimuladora da conexão e do intercâmbio entre todos, resultando na obtenção de ações empreendedoras e de inovação sustentável.
Honestidade e transparência tendem a gerar confiança e confiabilidade, sendo estes valores que levam tempo para serem conquistados e que, quando presentes, facilitam o aprendizado, a convivência e o respeito entre as partes, contribuindo para a longevidade da relação.
Estabelecimento e Atuação das Lideranças
As posições de liderança das equipes que compõem a parceria devem ser exercidas por profissionais com perfil adequado para a gestão e possuírem maior conhecimento e atuação sobre setores/segmentos/áreas envolvidos.
O reconhecido exercício de atividades nos setores/segmentos/áreas envolvidos confere ao líder mais entendimento sobre as realidades de cada um, possibilitando que atue com empatia e gerando mais confiança nos liderados.
O estímulo para que seja constante a interação entre os integrantes da parceria, faz parte da agenda do líder, além de bem-sucedida a parceria possa ser duradoura. Com isso, fica eliminado a falta de comunicação entre as partes, sabidamente um dos maiores problemas que ocorrem durante longos períodos da interação.
A condução de reuniões para acompanhamento e revisão de progresso, deve ser planejada e organizada, para que a comunicação aconteça de forma objetiva e fluída, sem ruídos e conflitos e contribua para o alinhamento das expectativas.
A liderança deve estimular o contato entre as partes envolvidas, de forma a gerar novos relacionamentos e maior entendimento sobre a realidade de cada parte envolvida, organizando seminários, palestras ou mesmo intercâmbios informais.
Incentivos e Fomentos
As partes envolvidas devem considerar as oportunidades de fomento oferecidas por fontes externas e mecanismos de incentivos fiscais à inovação e, em especial, às oportunidades regulamentadas pelo Código Nacional de Ciência, Tecnologia & Inovação.
Os incentivos à formação de parcerias devem ser objetivamente definidos, assim como o enquadramento das partes.
A possibilidade de obtenção de benefício mútuo por intermédio da aplicação dos arranjos jurídicos que constam do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, já regulamentados no Código Nacional de Ciência, Tecnologia & Inovação, deve ser objeto de entendimento a ser alcançado pelas partes, pois fornecem elementos que contribuem para a formação da parceria.
A consolidação de parcerias de forma mais sistêmica e natural pode ser obtida com a criação de ambientes de inovação, como previsto no Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, constituindo ou incrementando a estrutura física e laboratorial ou o capital intelectual e tecnologias de todas as partes envolvidas, abrange a incorporação de competências e não apenas recursos financeiros.
Considerações Finais
Este Guia de Melhores Práticas não se encerra aqui, deve ser lido e praticado com o Estatuto, o Regimento Interno, as Políticas de Compliance, Integridade, Ética e Transparência, e o Manual de Conduta Ética do Instituto de Ciência, Tecnologia e de Inovação Sustentável Global, bem como com toda a legislação correlata, que juntos incentivam, fortalecem e empreendem a formação humana integral e o desenvolvimento contínuo de ações de melhoria do ecossistema global. Além de contribuir para a promoção de relacionamento saudável, produtividade e qualidade do Instituto, no âmbito interno e junto as instituições parceiras.