CULTIVAR E CONSERVAR: UMA REFLEXÃO SOBRE SUSTENTABILIDADE E ESPIRITUALIDADE À LUZ DE Gn2,15

Resumo

Secas e enchentes, fome e recordes de produção agrícola, ondas de frio e de calor, aumento do nível dos oceanos e desaparecimento de rios. A aparente contradição entre estes fenômenos denota a extensão da crise ecológica que acomete o planeta Terra, a casa comum. Nesse contexto, frequentemente, o avanço tecnológico, não necessariamente engendra um mundo melhor, mas amplifica o poder do ser humano sobre a natureza e esta é agredida pela exploração predatória dos recursos naturais. Todavia, negligenciar o cuidado com a natureza, também é um descuido do ser humano consigo mesmo, não apenas por este ser vítima de catástrofes naturais, como também, por agir dessa forma, infringir a lei de Deus e afastar-se de seu Criador. Assim, uma adequada compreensão da relação do ser humano com a natureza o leva a considerar a sustentabilidade como um elemento importante de sua espiritualidade. Em Gn 2,15 há o mandato de Deus para o ser humano cultivar e manter a criação. Através desse imperativo pode-se refletir acerca da necessidade de se cultivar uma espiritualidade que não prescinda da sustentabilidade. A pesquisa desenvolve-se a partir do Método Histórico-Crítico e de uma pesquisa de cunho exploratório-bibliográfico. Apresenta: tradução, crítica textual e comentário exegético-teológico de Gn 2,15; uma reflexão acerca do conceito de sustentabilidade e das raízes da crise socioambiental atual; a relação entre espiritualidade e sustentabilidade. Visa provocar os leitores a refletirem acerca de uma espiritualidade integral, na qual a conversão expressa o cuidado de si e o cuidado com a casa comum.